Consumo de álcool em animais: a ciência por trás dos animais bêbados
Metabolismo e intoxicação por álcool em animais
O consumo de álcool não é apenas um passatempo humano. Animais de todos os tipos, de insetos a mamíferos, têm sido observados consumindo substâncias que contêm álcool. No entanto, os efeitos do álcool nos animais podem variar muito dependendo de sua espécie e níveis individuais de tolerância.
Quando um animal consome álcool, ele é absorvido pela corrente sanguínea e transportado para o fígado. O fígado então metaboliza o álcool, decompondo-o em moléculas menores. A velocidade com que o álcool é metabolizado varia de espécie para espécie. Animais com uma taxa metabólica mais alta serão capazes de decompor o álcool mais rapidamente e experimentarão efeitos menos graves de intoxicação.
Os efeitos da intoxicação por álcool em animais podem incluir comprometimento da coordenação, diminuição do tempo de reação e alteração do comportamento. Em alguns casos, a intoxicação por álcool pode até ser fatal.
Tolerância ao álcool em animais
Alguns animais desenvolveram tolerância ao álcool, o que significa que podem consumir grandes quantidades de álcool sem apresentar efeitos graves de intoxicação. Essa tolerância geralmente se deve a adaptações genéticas que permitem ao animal metabolizar o álcool mais rapidamente ou reduzir os efeitos do álcool no cérebro.
Um dos exemplos mais conhecidos de tolerância ao álcool em animais é o társio-de-cauda-de-pena da Malásia. Este pequeno mamífero pode consumir até 10 vezes a quantidade de álcool que seria fatal para um humano sem mostrar nenhum sinal de intoxicação.
Outros animais que demonstraram ter tolerância ao álcool incluem morcegos frugívoros, macacos rhesus e até elefantes.
Consumo de álcool em diferentes espécies animais
Társios-de-cauda-de-pena e loris lentos
O társio-de-cauda-de-pena e o loris lento são dois primatas que foram extensivamente estudados por sua tolerância ao álcool. Ambas as espécies se alimentam do néctar fermentado dos botões florais da palmeira bertam. Este néctar pode conter até 4% de álcool, mas os társios e os lóris não mostram sinais de intoxicação após consumi-lo.
Os cientistas acreditam que os társios e os lóris desenvolveram um mecanismo para lidar com os altos níveis de álcool em sua dieta. Esse mecanismo pode envolver a produção de enzimas que decompõem o álcool mais rapidamente ou a redução dos efeitos do álcool no cérebro.
Morcegos frugívoros
Os morcegos frugívoros são outro grupo de animais que demonstrou ter tolerância ao álcool. Os morcegos frugívoros consomem grandes quantidades de frutas, que podem conter até 7% de álcool. No entanto, os morcegos não apresentam sinais de intoxicação após consumir essas frutas.
Os cientistas acreditam que a tolerância dos morcegos frugívoros ao álcool se deve à sua capacidade de metabolizar o álcool mais rapidamente do que outros animais. Os morcegos também têm uma alta tolerância ao etanol, o principal tipo de álcool encontrado em bebidas alcoólicas.
Macacos rhesus
Os macacos rhesus são primatas que demonstraram ter uma tolerância ao álcool semelhante à dos humanos. Macacos que têm acesso ao álcool costumam beber até atingir uma concentração de álcool no sangue (BAC) de 0,08%, que é o limite legal para dirigir na maioria dos estados.
No entanto, macacos que têm acesso ao álcool por um longo período de tempo desenvolverão tolerância a ele. Esses macacos poderão beber mais álcool sem atingir um BAC de 0,08%.
Elefantes
Há uma crença generalizada de que os elefantes ficam bêbados comendo o fruto fermentado da árvore marula. No entanto, estudos científicos demonstraram que este não é o caso.
Os elefantes comem frutos de marula, mas não comem o suficiente para ficarem bêbados. Além disso, o processo de fermentação que ocorre na fruta marula não é forte o suficiente para produzir álcool suficiente para intoxicar um elefante.
Significado evolutivo da tolerância ao álcool em animais
A capacidade de tolerar o álcool pode ter fornecido uma vantagem evolutiva para alguns animais. Por exemplo, animais que podem tolerar o álcool podem ter sido capazes de acessar fontes de alimento que não estavam disponíveis para outros animais. Além disso, a tolerância ao álcool pode ter ajudado os animais a sobreviver em ambientes onde o álcool estava presente em altas concentrações.
Conclusão
O consumo de álcool é um comportamento complexo que pode ter diversos efeitos nos animais. Alguns animais desenvolveram tolerância ao álcool, enquanto outros são mais suscetíveis aos seus efeitos. O estudo científico do consumo de álcool em animais pode nos ajudar a entender melhor o papel do álcool no mundo natural e os possíveis riscos e benefícios do consumo de álcool para os humanos.