Exposição de empatia forçada de Tania Bruguera na Tate Modern
Exploração da empatia e migração por Tania Bruguera
A mais recente exposição de Tania Bruguera na Tate Modern, em Londres, confronta os visitantes com uma profunda exploração da empatia e da crise global de refugiados. Intitulada “11.643.514”, o título da exposição representa o número estarrecedor de migrantes e requerentes de asilo deslocados em todo o mundo no ano passado, combinado com a trágica contagem de mortes de migrantes este ano.
A sala de “Empatia Forçada”
No coração da exposição fica uma sala imersiva impregnada de um composto orgânico projetado para provocar choro involuntário. As mãos dos visitantes são carimbadas com o título atualizado da exposição ao entrar, convidando-os a se envolverem física e emocionalmente nas estatísticas avassaladoras do deslocamento humano.
Este experimento de “empatia forçada” desafia as fáceis expressões de simpatia e sinalização de virtudes que frequentemente dominam as respostas online às crises humanitárias. Bruguera visa provocar uma experiência visceral e transformadora que transcende o consumo passivo de notícias e conteúdo de mídias sociais.
O impacto das crises de migração e refugiados
A exposição de Bruguera entrelaça habilmente narrativas pessoais com forças geopolíticas mais amplas. Por meio de instalações interativas e obras de arte instigantes, os visitantes são confrontados com os riscos e desafios enfrentados por migrantes e refugiados.
Uma peça particularmente evocativa, intitulada “1227 quilômetros (Havana-Guantánamo)”, consiste em um trecho aparentemente interminável de arame farpado, evocando as barreiras físicas e psicológicas que separam as pessoas de seus lares e entes queridos.
O papel da arte no ativismo
Tania Bruguera é reconhecida por seu compromisso com a “arte útil”, que funde a expressão artística com o ativismo social e político. Ela acredita que a arte tem o poder de amplificar vozes marginalizadas, desafiar estruturas opressoras e inspirar ação coletiva.
Em sua performance de 2009 “O sussurro de Tatlin nº 5”, Bruguera criou uma plataforma para discurso sem censura em Havana, Cuba, dando voz aos cidadãos que foram silenciados pela censura governamental.
Desfazendo os limites entre arte e ativismo
O trabalho de Bruguera constantemente desfaz os limites entre arte e ativismo. Ao empregar performance, instalação e outras técnicas não convencionais, ela cria experiências imersivas que provocam respostas emocionais e estimulam o engajamento intelectual.
Em sua última exposição na Tate Modern, Bruguera desafia o papel tradicional dos museus como repositórios passivos de arte. Ao renomear um edifício em homenagem a um defensor local de refugiados, ela ressalta o potencial do museu de se tornar uma plataforma para mudança social e empoderamento da comunidade.
O legado duradouro de Tania Bruguera
Como artista e ativista pioneira, Tania Bruguera continua a desafiar os limites da arte contemporânea. Seu trabalho confronta corajosamente questões sociais e políticas urgentes, usando empatia, ativismo e inovação artística para provocar diálogo, desafiar a complacência e inspirar mudanças positivas.